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Pereira, E.C. 2014: [Abstract:] Interação de liquens e suas substâncias com o solo. - In: : Livro de Resumos do Sétimo Encontro do Grupo Brasileiro de Liquenólogos. 1. Grupo Brasileiro de Liquenólogos pp. 36-38. [RLL List # 248 / Rec.# 39012]
Abstract: A interação dos liquens com substratos vem sendo estudada há décadas, sobretudo no que concerne ao mecanismo de degradação de rochas para formar solos e participar da sucessão ecológica. No entanto, outros trabalhos que versam sobre a inclusão dos liquens nas dinâmicas dos ecossistemas, participando da ciclagem de nutrientes, sugerindo a existência de um micro-ciclo inserida nos ciclos biogeoquímicos, dão ênfase à importância muito mais significativa que tem os liquens no funcionamento dos ecossistemas. Portanto, a capacidade quelante que as substâncias liquênicas tem vão além da promoção do intemperismo químico que elas exercem sobre as rochas, pois são também capazes de modificar a composição química de solos já formados, interferir na sua biota e, indicar sua eutrofização por atividades humanas. Estudos sobre a influência de produtos resultantes das atividades humanas como danos do tráfego em rodovias sobre a biota adjacente, com ênfase aos liquens, inclusive com menção aos esportes que utilizam veículos off roads em regiões desérticas são reportados. Aqui será tratada a relação de liquens da família Cladoniaceae com solos arenosos de sua área de ocorrência, bem como sua influência na biorremediação de solos salinizados pelo processo de desertificação no semiárido nordestino. Inicialmente se questionou acerca de como os liquens terrícolas que ocorrem em tabuleiros arenosos do Nordeste interferem na química e na biota do solo a eles subjacente. Foi observado que em solos colonizados por Cladonia saltzmannii Nyl. havia percolação do ácido barbático (BAR) e, nessas áreas de domínio desta espécie detectaram-se baixos valores de emissão de CO2 e massa microbiana em comparação com solos sem cobertura com liquens, esses com maior colonização de fungos micorrízicos arbusculares (FMA). Solos cobertos com C. saltzmannii apresentaram maior valor de pH, soma de bases, capacidade de troca de cátions (CTC) e saturação por bases (S). Em adição, a espécie foi submetida à radiação gama como incremento à maior biossíntese do BAR e este composto serem repassado ao solo para maior interação e transformação. O líquen irradiado na dose de 5 Gy aumentou a produção do BAR, que era reduzido sobremaneira nos talos submetidos a 10 Gy. Os teores de BAR foram proporcionais à quantidade produzida pelo talo, que melhorou substancialmente as propriedades químicas desse solo. Houve aumento de pH, bem como dos teores de nitrogênio total e carbono total após 136 dias de experimento, sendo as doses de radiação correlacionadas ao aumento de tais propriedades. Sabendo-se que suprimentos extras de ureia, como fonte de nitrogênio podem ativar a urease do talo e, com isso o incremento da síntese de substâncias liquênicas foram também conduzidos estudos com o uso deste sal em diferentes concentrações. Durante 150 dias C. verticillaris (Raddi) Fr. produziu os ácidos fumarprotocetrárico (FUM) e protocetrárico (PRO), sobretudo nas amostras borrifadas com soluções de ureia, mas ocorrendo acúmulo de metabólitos intermediários da biossíntese desses ácidos, bem como produtos degradados por oxidação ou redução. No entanto, logrou-se a redução do pH e teores de Al, sobretudo nos experimentos adicionados de ureia. Com isso, foi possível atribuir à espécie a capacidade de indicar excesso de nitrogênio em ecossistemas naturais. Partindo desses resultados, avaliou-se a influência da adição de fonte de fósforo no solo ou no líquen, cujos resultados foram bastante expressivos, sobretudo quando a fonte exógena de nutriente era adicionada ao talo. Neste caso, foi possível observar o aumento do CTC, S e de pH. Aprofundando tais estudos, e se investigando o mecanismo de ação do FUM e PRO nesses solos, foi possível observar que esses compostos interagem com os íons orgânicos e inorgânicos do solo, complexando com eles e formando quelatos, sobretudo nos 5 cm superficiais. Por se tratar de solos arenosos, a percolação de substâncias é facilitada e, portanto, a sazonalidade que implica em períodos mais ou menos chuvosos, inverno e verão, respectivamente induzem ao solo úmido ou seco. Tais propriedades influem na interação do FUM e PRO com o solo, sendo estes ácidos retidos quando ele está seco, mas quando hidratado o FUM é facilmente hidrolisado a PRO, ao passo que as proteínas resultantes do metabolismo liquênico não são retidas em nenhum dos casos. Os liquens dessas áreas sofrem pelo excesso de fertilizantes químicos introduzidos em plantações de cana-de-açúcar que circundam esses remanescentes de vegetação e, consequentemente, os contaminam, sobretudo com ureia, utilizada nas formulações nitrogenadas, o que seria tóxico ao ficobionte. No entanto, C. verticillaris produz urease através de um feedback positivo propiciado pela ureia exógena, sendo a amônia resultante da hidrólise da ureia dissolvida pela água do talo, preenchendo seus espaços intracelulares como mecanismo de defesa contra a toxicidade dessa amônia. Partindo dos pressupostos de que substâncias liquênicas interagem com íons do solo, passou-se a testar a capacidade de C. verticillaris e C. substellata Vainio em biorremediar solos salinizados por atividades humanas em áreas do semiárido nordestino, cuja degradação leva ao processo de desertificação. Inicialmente C. verticillaris foi testada contra Luvissolos salinizados, com ou sem adição de ureia ao líquen. Este sal aumentou a produção de metabólitos, que repassados ao solo possibilitaram o aumento de 50% do teor de Ca e diminuição de 70% do Na, melhorando suas condições de fertilidade. Adicionando o parâmetro radiação, o líquen submetido a diferentes doses de raios gama, que dilatou os poros do líquen e do solo e, consequentemente, afetando a interação entre as partes, melhorando os atributos químicos do solo e sua população microbiana resultando em um aumento de 418,87% e 208,3% dos teores de Ca2+ e Mg2+no solo, respectivamente. Os fenóis degradaram a albita e a microclina do solo, o que provavelmente levou ao aumento desses nutrientes, no entanto, não foram detectadas diminuições significativas do teor de sódio. Este, já bastante influenciado pelo ácido úsnico (USN) de C. substellata que quando sobreposta aos mesmos tipos de solo aumentou seu pH, CTC, S, K e S e, a ureia adicionada ao solo pouco influenciou. Em todos os experimentos houve decréscimo do Na e H, o que indica resultado promissor. A radiação gama não provocou resultados diferentes, mas a UVB aumentou o Ca2+. Atualmente são estudados os efeitos da associação da ureia e radiação nos solos e nos talos de C. verticillaris até se conseguir definir a melhor espécie e parâmetros mais adequados para biorremediação desses solos extremamente degradados.

Notes: In Portuguese.

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