Glória, C.M./ Martins, S.M.A./ Bencke, G.A. 2014: [Abstract:] Interação ecológica entre liquens e aves (Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 - Tyrannidae) na construção de ninhos, Rio Grande do Sul, Brasil. - In: : Livro de Resumos do Sétimo Encontro do Grupo Brasileiro de Liquenólogos. 1. Grupo Brasileiro de Liquenólogos pp. 57. [RLL List # 248 / Rec.# 39026] Abstract: Liquens são utilizados para construção do ninho por muitas aves, mas sua função ainda é pouco compreendida. Estudos anteriores indicaram que Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868, usa regularmente liquens em seus ninhos. Por isso é um bom modelo para investigar essa interação ecológica. Este estudo buscou identificar padrões de seletividade no uso de liquens por E. parvirostris, relacionando a disponibilidade no ambiente com o uso. O estudo foi realizado na Estação Ambiental Braskem, em Triunfo, e no Jardim Botânico de Porto Alegre, RS, no período reprodutivo de 2013/2014 (setembro–janeiro). Os ninhos coletados foram secados e pesados e tiveram seus materiais triados para avaliar a proporção de cada espécie e hábito de líquen. A disponibilidade de liquens nas áreas em torno dos ninhos foi estimada pela medição da cobertura total dos talos em 20 extensões de fita métrica de 30 cm. Os três ninhos coletados apresentaram liquens e pesaram de 3,1g a 5,2g. Os liquens representaram de 6% a 40% do peso seco dos ninhos. Das 12 espécies identificadas, sete foram foliosos e cinco fruticosos, sendo Teloschistes exilis (Michaux) Vainio, Heterodermia comosa (Eschw.) Follmann & Redón e Ramalina celastri (Sprengel) Krog & Swinscow, as mais frequentes. Em média 62% dos liquens utilizados foram de talo fruticoso e 38% de talo folioso. Os fruticosos foram empregados principalmente como material estruturante das paredes do ninho, enquanto os foliosos foram utilizados como revestimento externo. Nas áreas de nidificação identificaram-se 80 espécies de liquens, 75 foliosos e cinco fruticosos. A proporção de liquens foliosos e fruticosos nas três áreas variou de 82 a 99% e de 5% a 18%, respectivamente. As espécies com maiores coberturas foram Parmotrema tinctorum, Canoparmelia texana, H. diademata, P. reticulatum e P. sancti-angeli. As espécies utilizadas nos ninhos não corresponderam às mais abundantes no ambiente, indício de que a ave é seletiva na escolha dos liquens. Por exemplo, nenhuma espécie de líquen utilizada no ninho 1 foi encontrada na respectiva área de nidificação. Para os ninhos 2 e 3, não houve correlação entre a proporção de cada táxon liquênico nos ninhos e nas respectivas áreas de nidificação (Correlação Linear de Pearson, com transformação angular dos dados, r = -0,51 e -0,60, p = 0,21 e 0,30). Os dados sugerem também que quanto maior a disponibilidade de liquens na área de nidificação, maior a sua proporção no ninho, mas a amostra não permitiu testes estatísticos. É necessário aumentar a amostra para comprovar os padrões identificados até o momento.
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